Hipereosinofilia é frequente e marca um grupo de pacientes com maior gravidade com GPA
- 06/07/2021
- Publicado por: reumatonews
- Categoria: Reumatologia

Dados de um estudo retrospectivo francês demonstraram que os pacientes com granulomatose com poliangeíte (GPA) que apresentam eosinofilia tendem a ter manifestações mais graves.
O estudo…
Dados de pacientes com GPA recém-diagnosticados registrados no banco de dados do Grupo Francês de Estudo de Vasculites com contagem de eosinófilos disponíveis no momento do diagnóstico foram revisados.
As características da doença, dados de recidiva e sobrevida global foram analisadas de acordo com a contagem de eosinófilos, sendo categorizada como normal (<500/mm3), hipereosinofilia (HE) leve a moderada entre 500 e 1500/mm3 e HE grave > 1500/mm3.
354 pacientes foram incluídos e no diagnóstico, 25,4% dos pacientes apresentavam HE.
Sexo masculino*, manifestações cutâneas** e neuropatia periférica# eram mais frequentes dentre aqueles com HE vs. eosinófilos normais.
*73% vs 56%, p = 0,006
**49% vs 33%, p = 0,01
#32% vs 17%, p = 0,004
Maior BVAS* também foi encontrado no grupo HE vs. eosinófilos normais.
*21 vs 18, p = 0,01
Pacientes com HE grave (n = 28) tiveram, na apresentação, piora da função renal mais frequentemente (p = 0,008).
Após um seguimento médio de 3,95 anos, nenhuma diferença foi encontrada nas taxas gerais de recidiva de acordo com a contagem basal de eosinóflos.
Aqueles com HE tiveram mais recaídas neurológicas* e cutâneas** e apresentaram mais frequentemente neuropatia periférica como dano no último acompanhamento#.
*p = 0,013
**p = 0,024
#p = 0,02
A diferença de sobrevida global não foi significativamente diferente em pacientes com eosinófilos normais ou HE no momento do diagnóstico.
Take-home message
Hipereosinofilia sanguínea ao diagnóstico, observada em cerca de um quarto dos pacientes com GPA, identifica um subgrupo de pacientes com doença mais grave e maior taxa de envolvimento cutâneo e neurológico tanto na apresentação quanto durante o acompanhamento.
Referência
Iudici M et al. Rheumatology (Oxford). 2021. doi: 10.1093/rheumatology/keab495.