O que fazer com o prurido na esclerose sistêmica?
- 19/05/2022
- Publicado por: reumatonews
- Categoria: Reumatologia

O problema…
Dois a cada três pacientes com esclerose sistêmica (ES) sofrem de prurido1.
Embora muito prevalente, não há tratamento estabelecido para o prurido na ES e são poucos os estudos que abordam o tema2,3.
A causa do prurido na ES não é totalmente elucidada, mas tem sido postulado que citocinas pró-inflamatórias e pró-fibróticas podem ser modificadas pela modulação de receptores opioides na ES2,3.
Efeitos benéficos de antagonistas opioides para tratamento de prurido foram demonstrados em doenças como colangite biliar primária e prurido colestático4.
O estudo…
Um interessante estudo trás uma série de 4 casos de mulheres com ES que apresentavam importante prurido e foram tratados com baixas doses de naltrexone (4,5 mg/dia), um antagonista opioide5.
O prurido foi avaliado usando uma escala já validada de prurido de 5 dimensões (5D-itch scale) que considera duração, grau, direção, incapacidade e distribuição5.
A escala varia de 5 (sem prurido) a 25 (prurido mais grave) e, no momento do recrutamento, todas as pacientes apresentavam escore de prurido > 205.
3 pacientes tinham diagnóstico de ES difusa e 1 de ES limitada. O escore médio de prurido antes do tratamento era de 22,75 e, dentro de uma semana de tratamento com naltrexone 4,5 mg/dia, houve redução do escore para 12,5*5.
*redução média no prurido em 15,25 pontos, p=0,004
O escore médio na escala aos 6 e 12 meses de tratamento era de 7,5. Resolução completa do prurido foi alcançada em 1 paciente. Não foram observados efeitos adversos com naltrexone nessa dose nas pacientes com ES tratadas5.
Todas as pacientes foram tratadas continuamente por pelo menos 1 ano e depois de 2 a 3 anos, o prurido havia remitido em todas as pacientes e, portanto, o tratamento foi descontinuado5.
Referências
1. Théréné C et al. Br J Dermatol 2017;176:1392–3
2. Frech TM et al. Clin Exp Rheumatol 2013;31(2 suppl 76):81–8
3. Salgado RM et al. Burns 2012;38:668–76
4. Ekelem C et al. JAMA Dermatol 2019;155:229–36
5. Meridor K et al. Medicine (Baltimore). 2022;101(4):e28653.